Simões Filho, BA – A Secretária de Saúde de Simões Filho, Iridan Brasileiro, está no centro de uma polêmica envolvendo supostas práticas de perseguição a funcionários concursados. O caso veio à tona após a circulação de um vídeo nas redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, onde a agente de saúde Maria de Cássia, conhecida como “Cassinha da Saúde”, servidora concursada há 31 anos na prefeitura municipal, relata ser vítima de transferências abusivas e ameaças de descontos salariais.
No vídeo, Maria de Cássia, que é declaradamente eleitora do deputado estadual Eduardo Alencar, líder da oposição ao grupo do ex-prefeito Dinha e do atual prefeito Del do Cristo Rei, afirma que já procurou o chefe do Executivo municipal para denunciar a situação, mas recebeu apenas a promessa de que o caso seria averiguado.
O relato de Maria de Cássia reforça denúncias já publicadas pela reportagem do Tudo é Política, que havia noticiado anteriormente as investidas da secretária contra servidores. O caso pode ser configurado como perseguição funcional, prática prevista na Lei nº 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Públicos), que prevê penalidades como advertência, suspensão ou demissão para agentes públicos que cometam assédio moral ou perseguição.
Autonomia do prefeito em questão
O caso também reacende o debate sobre a autonomia do prefeito Del do Cristo Rei em relação ao ex-prefeito Dinha. Iridan Brasileiro, que vem acumulando críticas por sua gestão na pasta da saúde, foi alvo de duras reprovações durante a última sessão da Câmara de Vereadores. Parlamentares da base aliada ao prefeito Del e ao ex-prefeito Dinha manifestaram insatisfação com a atuação da secretária, questionando sua permanência no cargo.
Há rumores de que o prefeito Del estaria insatisfeito com Iridan Brasileiro, mas se vê impedido de exonerá-la devido a uma suposta “ordem” do ex-prefeito Dinha para que ela fosse mantida na equipe. Essa situação levanta questionamentos sobre o real controle do prefeito sobre sua própria gestão.
Denúncia de duplicidade de salários
Outro ponto que chama a atenção é a denúncia, também noticiada pelo Tudo é Política, de que a secretária estaria recebendo dois salários pela mesma função, com matrículas diferentes. A prefeitura municipal ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, que permanece sem esclarecimentos.
Caso confirmada, a duplicidade configuraria apropriação indébita de recursos públicos (Art. 312 do Código Penal), com pena de 2 a 12 anos de reclusão. Além disso, a Lei nº 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos) prevê punições para servidores que cometam atos de improbidade administrativa.
Repercussão e possíveis desdobramentos
O caso de Maria de Cássia pode servir de base para ações judiciais contra a gestão municipal, uma vez que a perseguição a servidores é crime previsto em lei. Além disso, a situação expõe fragilidades na administração de Simões Filho, especialmente no que diz respeito à transparência e ao respeito aos direitos dos servidores públicos.
Enquanto a secretária Iridan Brasileiro não se pronuncia sobre as acusações, a população aguarda respostas concretas da prefeitura. A servidora, por sua vez, segue firme em sua luta por justiça, esperando que as autoridades tomem as providências necessárias para coibir abusos de poder.
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A reportagem do Tudo é Política entrou em contato com a Prefeitura de Simões Filho e com a Secretária de Saúde Iridan Brasileiro para oferecer direito de resposta. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno das partes citadas. O veículo reforça seu compromisso com a imparcialidade e permanece à disposição para publicar eventuais esclarecimentos ou retificações.
Assista ao vídeo abaixo: