O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou na manhã desta quinta-feira (27), horário local, uma visita oficial de três dias ao Japão. A agenda intensa incluiu diálogos com autoridades japonesas, encontros com lideranças empresariais e debates sobre temas globais como mudanças climáticas , economia sustentável e democracia.
Mais de 80 acordos assinados
Durante a visita, Lula no Japão relações diplomáticas foram fortalecidas com a assinatura de mais de 80 atos, abrangendo desde parcerias comerciais até intercâmbios tecnológicos e acadêmicos. Segundo o presidente, esses acordos são fundamentais para ampliar a cooperação entre os dois países.
“Aqui está um exemplo de como podemos construir relações baseadas no respeito mútuo e no desenvolvimento sustentável”, afirmou Lula durante um evento com cerca de 500 líderes empresariais, sindicais e acadêmicos.
Alerta sobre nova Guerra Fria
Ao discursar sobre geopolítica, o presidente brasileiro expressou preocupação com o surgimento de uma “nova Guerra Fria” entre grandes potências, como Estados Unidos e China . Para Lula, o protecionismo e as ameaças à soberania nacional comprometem o multilateralismo global.
“Precisamos evitar que o mundo seja dividido novamente por interesses hegemônicos. O multilateralismo é a única forma de garantir paz e prosperidade”, destacou.
Críticas ao negacionismo climático
Outro ponto alto da visita foi a ênfase de Lula aos compromissos climáticos globais. Ele criticou líderes que ignoram acordos históricos, como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris.
“Os cientistas têm alertado há décadas sobre as consequências do aquecimento global, mas muitos governantes continuam agindo como se o planeta fosse inesgotável”, disse.
Defesa da democracia brasileira
Ao comentar a situação política interna, Lula celebrou a retomada da normalidade democrática no Brasil. Ele citou a presença de líderes do Legislativo na delegação brasileira como prova de união entre partidos diferentes, como Hugo Motta (Republicanos-PB) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) .
Sobre o julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros militares por uma suposta trama golpista, Lula foi enfático: “Não estamos julgando uma pessoa, mas sim uma tentativa de golpe contra a democracia”.
Foco no futuro econômico
O presidente também destacou a importância de incluir trabalhadores e representantes da sociedade civil em discussões globais, como na próxima Cúpula do Brics e na COP 30, que será realizada em Belém.
Por fim, ao ser questionado sobre futebol, Lula desconversou: “Prefiro não comentar o que está acontecendo no futebol brasileiro”.