Nova campanha foca em justiça tributária e incomoda elite financeira
O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou uma nova campanha com foco em justiça tributária, mirando diretamente a classe média trabalhadora e criticando os privilégios dos super-ricos. A iniciativa já é interpretada como um passo estratégico com os olhos voltados para as eleições de 2026.
O que você vai ver nesta matéria
- Proposta de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil
- Redução da alíquota para salários de até R$ 7 mil
- Nova taxação dos bilionários, bancos e sites de apostas
- Reações da oposição e impactos políticos
- Dados recentes sobre arrecadação federal
Proposta visa alívio para quem mais paga impostos
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o PT reforça a proposta de isentar do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais. A ideia é também reduzir a carga tributária para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil — promessa de campanha feita por Lula em 2022.
“A conta não pode continuar sobrando para quem trabalha”, afirma a peça publicitária. Para equilibrar a balança, o governo propõe a “Taxação BBB”: bilionários, bancos e bets, ou seja, plataformas de apostas.
PT busca recuperar apoio popular após derrotas no Congresso
Nos bastidores, a campanha tem outro objetivo claro: recuperar o apoio popular após derrotas no Congresso, como a revogação do novo IOF sobre investimentos. A nova narrativa foca no contraste entre quem paga e quem deveria pagar mais.
“Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante coletiva. A fala serviu como uma provocação direta ao mercado financeiro e também como reforço simbólico da campanha “nós contra eles”.
Oposição critica e fala em “cortina de fumaça”
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reagiu com críticas. Segundo ele, a iniciativa é apenas “mais um blá-blá-blá do governo Lula”. Zema também acusou o governo federal de priorizar “viagens milionárias de Janja” e ignorar escândalos como o roubo no INSS.
Outros membros da oposição alegam que a campanha tem viés populista e pouco efeito prático, apesar do tom combativo. Para eles, a base do governo tenta desviar o foco das dificuldades enfrentadas no Congresso e no cenário econômico.
Arrecadação segue em alta e reforça discurso do governo
Entre janeiro e maio de 2025, a arrecadação federal somou quase R$ 1,2 trilhão, o que representa um aumento de 3,95% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse dado reforça o argumento de que o sistema atual sobrecarrega quem ganha menos e favorece grandes fortunas.
De acordo com especialistas ouvidos por veículos independentes, a proposta pode encontrar resistência legislativa, mas o impacto político e simbólico é relevante em ano pré-eleitoral.
A nova campanha do PT coloca o debate tributário no centro da discussão política nacional. Ao defender a isonomia fiscal e a taxação dos super-ricos, o partido testa sua narrativa com forte apelo popular. Enquanto a oposição reage com críticas, o governo aposta que a proposta terá respaldo social suficiente para pressionar o Congresso. A disputa está só começando — e a conta, ao que tudo indica, vai mudar de mãos.