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MPF investiga esquema de corrupção entre PRF e empresa de guincho em Simões Filho

MPF investiga corrupção na PRF e empresa de guincho em Simões Filho.

O Ministério Público Federal (MPF), em parceria com a Polícia Federal (PF), está investigando um suposto esquema de corrupção envolvendo agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município de Simões Filho, Bahia. De acordo com uma denúncia anônima, apreensões ilegais de veículos, especialmente caminhões de carga, estariam beneficiando uma empresa contratada para serviços de guincho e guarda de veículos.

Envolvimento da empresa Guto Localização de Veículos

A investigação aponta para a empresa Guto Localização de Veículos Ltda, que presta serviços de guincho à PRF. Segundo as denúncias, a prática irregular ficou conhecida como “Guincho da Polícia Rodoviária Federal”. O esquema teria gerado vantagens indevidas, configurando possíveis crimes de corrupção ativa, passiva e associação criminosa.

Entre abril e julho de 2021, a empresa movimentou aproximadamente R$ 901 mil, com uma média mensal de R$ 342 mil. Além disso, investigações revelaram transações financeiras de cerca de R$ 400 mil em aplicações e resgates. Vanessa Araújo Nascimento, sócia da empresa, apresentou movimentações incompatíveis com seu padrão de vida. Por exemplo, ela já foi beneficiária de programas sociais do governo, o que gerou mais suspeitas.

Operação Road

Com base nos indícios, a Polícia Federal iniciou a Operação Road para aprofundar as investigações. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos locais, incluindo a sede da empresa Guto Guinchos/Pátio São Paulo. Além disso, celulares e documentos apreendidos estão sendo analisados.

A operação também identificou irregularidades no Pregão Eletrônico nº 11/2018, que contratou a empresa investigada. Conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), o contrato foi firmado sem licitação e sofreu alterações questionáveis após a assinatura. Em um dos casos, um contrato foi assinado em nome de terceiros sem explicações plausíveis.

Participação de agentes da PRF

Dois inspetores da PRF, Alisson Silva Carqueija e André Luiz Borges da Costa, também estão sendo investigados. Relatórios indicam que ambos possuem vínculos comerciais e familiares com empresas que mantêm contratos indiretos com a PRF. Além disso, foi descoberto o envolvimento da servidora Adriana Tavares Brito, que realizou transações financeiras suspeitas com a empresa Guto Guinchos.

Entre março e julho de 2019, Adriana recebeu seis cheques de R$ 5 mil. Segundo a investigação, ela alegou ter vendido uma lancha para Gutemberg da Silva Araújo, ex-sócio da empresa investigada. No entanto, essas transações levantaram dúvidas e estão sendo analisadas como parte do esquema.

Próximos passos

O MPF e a PF seguem reunindo provas para responsabilizar os envolvidos. Materiais apreendidos, como documentos e dados bancários, estão em análise. Além disso, a quebra de sigilo bancário permitiu identificar movimentações financeiras que reforçam a hipótese de corrupção.

Por enquanto, a investigação permanece em andamento, e novas revelações devem surgir. O objetivo é desarticular o esquema e garantir que os responsáveis enfrentem a Justiça.

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