Após retornar de viagens oficiais à Rússia e à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na última sexta-feira (data) com ministros e aliados para tratar da crise no INSS, provocada pelo escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões. O caso ganhou repercussão nacional e pode levar à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso.
A crise, no entanto, não se restringe ao campo técnico. Ela escancarou divisões internas no governo. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou abertamente a Controladoria-Geral da União (CGU), apontando falhas na comunicação e falta de alinhamento com o Palácio do Planalto durante a condução das investigações.
Por outro lado, o titular da CGU, Vinicius de Carvalho, se defendeu afirmando que o governo foi devidamente informado em diversas reuniões internas, embora tenha evitado responder diretamente às declarações de Rui Costa.
Nos bastidores, aliados de Lula avaliam que o episódio expôs problemas de articulação entre os ministérios e a necessidade de um comando mais firme para conter o desgaste político. A possibilidade de instalação de uma CPMI preocupa o Planalto, que teme um aprofundamento das investigações em meio a outras crises enfrentadas pela gestão.
O escândalo envolvendo os descontos não autorizados nas aposentadorias do INSS já provocou reações de parlamentares da base e da oposição, que exigem responsabilização e maior transparência nas ações do governo.