O Minha Casa Minha Vida classe média acaba de ganhar uma nova fase. O governo federal anunciou a criação da Faixa 4 do programa habitacional, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil reais. Essa medida amplia o limite anterior, que era de R$ 8 mil reais, e permitirá o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil reais, com juros anuais de 10,5% — abaixo dos 12% praticados pelo mercado.
O que muda com a nova faixa?
Aqui estão os principais pontos sobre a nova etapa do programa habitacional família brasileira:
- Financiamento de imóveis de até R$ 500 mil reais.
- Juros anuais de 10,5%, mais baixos que os praticados no mercado.
- Meta de atender cerca de 120 mil famílias ainda em 2025.
- Recursos de até R$ 30 bilhões, sendo metade do FGTS e metade via Caixa Econômica Federal.
Além disso, o governo estuda ajustar os limites de renda das faixas já existentes e criar uma linha de crédito para pequenas reformas, apelidada de “crédito para puxadinhos”. Essa iniciativa contará com R$ 3 bilhões do Fundo Social do pré-sal.
Portanto, a ampliação do financiamento imobiliário FGTS é vista como uma tentativa de reaproximação com a classe média. Pesquisas indicam que o presidente Lula enfrenta rejeição nesse grupo. Dados recentes mostram desaprovação de 61% entre famílias com renda de 2 a 5 salários mínimos e de 64% nas famílias com renda acima de 5 salários mínimos (acima de 7.590 reais).
Quem paga essa conta?
Os recursos para o Minha Casa Minha Vida classe média virão de duas fontes principais:
- 50% do FGTS, por meio de realocação de verbas da Faixa 3.
- 50% da Caixa Econômica Federal, via poupança e letras de crédito imobiliário.
Um decreto presidencial já autoriza o uso do Fundo Social do pré-sal na operação. A proposta será votada no Conselho Curador do FGTS e, se aprovada, começará a operar em 2 de maio.
Por outro lado, especialistas destacam que a medida pode aquecer o mercado imobiliário e gerar empregos no setor da construção civil. Além disso, a redução dos juros pode incentivar mais famílias a adquirirem seu primeiro imóvel.
No entanto, há preocupações sobre o impacto fiscal dessa ampliação. Afinal, quem arcará com os custos caso os mutuários não consigam honrar suas dívidas?
A criação da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida classe média representa um esforço significativo para incluir mais brasileiros no mercado imobiliário. Com juros reduzidos e condições acessíveis, o governo busca fortalecer sua popularidade junto à classe média. Contudo, será necessário monitorar os resultados para garantir que o programa seja sustentável a longo prazo.