O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu 18,3 mil apoiadores na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16), segundo dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital , do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a ONG More in Common 4. O número representa menos da metade do público registrado em eventos similares em 2024 (32,7 mil) e expõe o declínio do bolsonarismo como força mobilizadora.
Ato esvaziado e estratégias controversas
Bolsonaro chegou ao local usando colete à prova de balas , medida que analistas interpretam como sinal de paranoia ou tentativa de criar narrativa de “perseguição” 7. Durante o discurso, ele atacou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e pediu anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Apesar dos esforços, o evento foi marcado por baixa adesão . Em 2024, atos pró-Bolsonaro no Rio chegaram a reunir 32,7 mil pessoas , segundo o mesmo levantamento 6. A redução reflete não apenas o desgaste político do ex-presidente, mas também a falta de unidade entre apoiadores sobre estratégias para evitar sua condenação.
Contexto jurídico e críticas
A manifestação ocorre a dez dias do julgamento no STF, marcado para 25 de março , que pode levar Bolsonaro à prisão por até 40 anos 49. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de liderar uma organização criminosa para deslegitimar as eleições de 2024.
Para cientistas políticos, o ato em Copacabana foi uma tentativa falha de pressionar o STF e criar uma narrativa de “perseguição política”. “Bolsonaro apela ao martírio, mas o baixo comparecimento mostra que o público cansou de discursos vazios”, avalia um especialista.
Imagens e simbolismo
Vídeos e fotos do evento 27 mostram um público majoritariamente idoso , com bandeiras do Brasil e camisetas verdes e amarelas. A ausência de lideranças políticas de peso, como o ex-ministro Sergio Moro, reforçou a impressão de isolamento.
O ato em Copacabana sinaliza o declínio do bolsonarismo como força mobilizadora. Enquanto o ex-presidente busca apoio para evitar a prisão, a falta de renovação de ideias e a erosão de sua base tornam seu futuro político incerto.