O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto que regulamenta o uso da força por agentes de segurança pública. A medida tem como objetivo reduzir a letalidade em operações policiais e promover o respeito aos direitos humanos. Entretanto, parlamentares alinhados ao bolsonarismo criticaram a iniciativa. O senador Magno Malta (PL) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para tentar derrubar a regulamentação.
Diretrizes do decreto para o uso da força
O decreto estabelece normas claras para que o uso da força seja proporcional e focado em proteger vidas. Armas de fogo devem ser utilizadas como “último recurso”, enquanto métodos menos letais devem ser priorizados. Além disso, o texto proíbe discriminação com base em cor, raça, religião, orientação sexual ou outras características. Essas diretrizes buscam combater abusos cometidos por agentes de segurança, que, em muitos casos, resultam em mortes evitáveis. Outro ponto importante do decreto é a obrigação de detalhar em relatórios qualquer incidente que envolva ferimentos ou mortes. O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) será responsável por monitorar o cumprimento das diretrizes, financiar ações de capacitação e divulgar as normas tanto para os profissionais quanto para a sociedade.
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Críticas de Magno Malta ao decreto
Magno Malta classificou o decreto como uma invasão às competências dos estados. “O governo federal está impondo regras que deveriam ser definidas pelos estados e suas polícias”, afirmou o senador. Ele também destacou que o texto pode gerar “insegurança jurídica” e apontou dificuldades práticas na aplicação das novas normas. Além disso, Malta considera que o decreto limita a atuação das forças de segurança, colocando em risco a eficácia de operações policiais. Por isso, apresentou o PDL que, caso aprovado, suspenderá os efeitos da medida.
Embate entre o governo federal e os estados
O debate sobre o decreto reflete uma tensão maior entre o governo federal e os setores que defendem maior autonomia para os estados no controle das forças de segurança. Por fim, enquanto o governo Lula busca reduzir abusos e fortalecer os direitos humanos, a oposição argumenta que as mudanças podem enfraquecer o trabalho policial.