Elon Musk, o bilionário dono da plataforma X (antigo Twitter), está no centro de mais uma polêmica. Desta vez, ele compartilhou um post do influenciador conservador Ben Shapiro, que pede o perdão de Derek Chauvin, ex-policial condenado pela morte de George Floyd. A postagem, vista por mais de dois milhões de pessoas, reacendeu debates sobre justiça, racismo e o papel das redes sociais na disseminação de desinformação.
“Algo para se pensar”, comentou Musk ao repostar o conteúdo de Shapiro. O influenciador questiona a culpabilidade de Chauvin, alegando que as evidências do julgamento não comprovam que o ex-policial tenha cometido homicídio. Segundo Shapiro, George Floyd estava sob efeito de fentanil e tinha uma condição cardíaca preexistente, fatores que poderiam explicar sua morte.
No entanto, o caso de George Floyd continua sendo analisado sob diferentes perspectivas médicas e legais. Durante o julgamento de Chauvin, dois laudos autopsiais foram divulgados: um pela autoridade médica do condado de Hennepin, que apontou a “parada cardiopulmonar” como causa da morte, e outro realizado pela família de Floyd, que classificou o óbito como homicídio. Ambos os laudos concordaram que Floyd estava com fentanil no organismo, mas divergiram em relação às causas específicas do falecimento.
O Dr. Andrew Baker, chefe do departamento de medicina legal de Hennepin, foi enfático ao afirmar no tribunal que a morte de Floyd ocorreu em decorrência de uma “parada cardiopulmonar” provocada pela “submissão, imobilização e compressão do pescoço” durante a abordagem policial. O médico ainda destacou que Floyd sofria de hipertensão, o que agravou a situação, levando à morte do homem de forma trágica.
A repercussão foi imediata. Nas redes sociais, usuários criticaram Musk por dar voz a um discurso que minimiza a gravidade do caso George Floyd. Para muitos, a postagem do bilionário reflete uma postura perigosa, que pode incentivar narrativas revisionistas sobre crimes raciais.
Não é a primeira vez que Musk gera controvérsias. Recentemente, ele foi acusado de flertar com ideias nazistas após um gesto polêmico durante a posse do presidente dos Estados Unidos. Agora, ao compartilhar o post de Shapiro, o empresário reforça a percepção de que está alinhado com grupos conservadores e extremistas.
Especialistas em comunicação alertam para o impacto dessas ações. Ao usar sua plataforma para disseminar conteúdos controversos, Musk não apenas influencia a opinião pública, mas também coloca em xeque a credibilidade da rede social que adquiriu recentemente.
Enquanto isso, o caso George Floyd continua a ser um símbolo da luta contra a violência policial. A morte de Floyd, em 2020, desencadeou protestos globais e levou a uma revisão das práticas de segurança pública em vários países. Agora, a postagem de Musk reabre feridas e reacende debates sobre justiça e igualdade racial.
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