Pesquisar

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Privatização das praias de Salvador? Empresa carioca vence licitação e gera revolta entre barraqueiros

Privatização das praias de Salvador? Empresa carioca vence licitação e gera revolta entre barraqueiros

licitação para a gestão de quiosques e tendas nas praias de Salvador, entre Boca do Rio e Piatã, foi vencida por uma empresa que já domina o cenário de praias em várias partes do país. A Orla Villa Lobos Administração de Mobiliário Urbano, sediada no Rio de Janeiro e comandada pelo empresário João Marcello Barreto, conhecido como o “Rei da Praia”, agora controlará 34 quiosques e 70 tendas na capital baiana.

O contrato, válido por 30 anos, foi firmado com a Secretaria de Obras Públicas de Salvador e prevê um retorno de R$ 950 mil para o município. No entanto, a decisão tem gerado desconfiança e revolta entre os barraqueiros e trabalhadores locais, que veem suas fontes de renda ameaçadas.

O império do “Rei da Praia”

João Marcello Barreto já é dono de um verdadeiro império à beira-mar. Até 2030, ele controla 309 quiosques nas praias da Zona Sul e Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além disso, sua empresa, a Orla Brasil, também administra espaços em Maceió e Balneário Camboriú.

Agora, com a entrada em Salvador, muitos temem que o modelo adotado no Rio se repita na capital baiana. Lá, a empresa conquistou o direito exclusivo de fornecer gelo, bebidas e outros insumos para as barracas, o que gerou monopólio e aumentou os custos para os trabalhadores.

Trabalhadores locais em alerta

A população que trabalha nas praias de Artistas, Corsário, Pituaçu, Patamares, Jaguaribe e Piatã está em alerta. Muitos veem a chegada da Orla Villa Lobos como uma ameaça direta ao seu sustento. “A gente vive daqui há anos. Agora, com essa empresa tomando conta, não sabemos se vamos conseguir continuar trabalhando”, desabafa um barraqueiro que pediu sigilo de sua identidade.

Além disso, há preocupações sobre o aumento dos preços para os frequentadores das praias. Com a monopolização dos serviços, é possível que os custos sejam repassados aos consumidores, tornando o acesso às praias mais caro e exclusivo.

Plano entreguista do grupo ACM Neto?

A licitação levantou suspeitas sobre um possível plano entreguista do grupo político liderado por ACM Neto. Para muitos, a decisão de entregar a gestão das praias a uma empresa de fora parece ser mais um passo em direção à privatização indireta do litoral de Salvador.

“Isso não é desenvolvimento, é entrega. Eles estão tirando o direito dos trabalhadores locais e entregando para empresários que só querem lucrar”, critica uma moradora da região.

O que esperar do futuro?

Com um contrato de três décadas, a Orla Villa Lobos terá controle total sobre os quiosques e tendas nas praias de Salvador. A longo prazo, a tendência é que os trabalhadores locais sejam empurrados para a clandestinidade, sem acesso aos espaços que sempre garantiram seu sustento.

Enquanto isso, a população se pergunta: para quem serve essa licitação? Para os moradores de Salvador ou para os interesses de grandes empresários?

LEIA MAIS

Leia mais

PUBLICIDADE