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Deputados do PL cobravam 25% de propina por emendas no Maranhão, revela PF

Deputados do PL envolvidos em esquema de propina no Maranhão, investigados pela PF.

Relatório da Polícia Federal detalha esquema de desvios na saúde.

A Polícia Federal (PF) revelou um esquema de corrupção que envolvia os deputados federais Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE). De acordo com a investigação, os parlamentares exigiam 25% de propina para liberar emendas parlamentares destinadas à saúde em São José de Ribamar (MA), na região metropolitana de São Luís. O esquema, segundo o Estadão, ficou conhecido no Congresso como “volta”.

Como funcionava o esquema de propina?

  • Deputados exigiam 25% de “devolução” sobre as emendas parlamentares;
  • Prefeitos que recusavam o pagamento enfrentavam ameaças;
  • Assessores monitoravam os valores e intermediavam as transações;
  • O relatório da PF descreve reuniões, pagamentos via PIX e mensagens comprometedoras;
  • O esquema operou durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ação da PF e ameaças a prefeito

As investigações começaram após uma denúncia do ex-prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio. Ele contou que o agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, exigiu o repasse da propina. Como Sampaio se recusou a pagar, passou a receber ameaças contra sua família. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2021 e está sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin.

A Polícia Federal obteve mensagens extraídas do celular de Josimar Maranhãozinho e encontrou comunicações com outros parlamentares e aliados sobre os desvios. Nos diálogos, os envolvidos cobravam as emendas e ameaçavam prefeitos que resistiam ao esquema. O relatório da PF, que soma 294 páginas, apresenta as provas reunidas.

O papel dos envolvidos

O deputado Pastor Gil declarou ao g1 que aguarda o julgamento do STF e se diz “confiante na sua inocência“. Já Josimar Maranhãozinho, apontado como líder do esquema, não comentou o caso. Segundo a PF, ele determinava a cobrança dos repasses e, em algumas situações, autorizava o uso de força armada.

O assessor de Josimar, João Batista de Magalhães, atuava como o “corretor” de emendas. Ele acompanhava os pagamentos no Ministério da Saúde e intermediava a liberação dos recursos, favorecendo servidores que tinham acesso a informações privilegiadas.

Valores desviados e próximos passos

As três emendas sob investigação somam R$ 6,7 milhões, dos quais R$ 1,6 milhão foram cobrados indevidamente da prefeitura de São José de Ribamar. Além disso, o relatório da PF aponta que os envolvidos agendaram reuniões com autoridades do governo federal na época dos fatos.

Nos próximos passos, a Primeira Turma do STF julgará o caso, após o ministro Cristiano Zanin liberar a denúncia. Enquanto isso, as investigações seguem para apurar outros possíveis desdobramentos do esquema.

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