A Câmara Municipal de Simões Filho está analisando uma possível alteração no horário das sessões ordinárias, com o objetivo de ampliar a participação popular nas discussões legislativas. Atualmente, as sessões ocorrem às terças-feiras pela manhã, o que dificulta a presença de trabalhadores e estudantes. A proposta em debate sugere a realização dos encontros em horários alternativos, mas uma questão crucial permanece sem resposta: por que não discutir a realização de duas sessões por semana?
Simões Filho, um município estratégico na Região Metropolitana de Salvador, tem uma população significativa e demandas crescentes que exigem agilidade e transparência do Legislativo. No entanto, a Câmara mantém longos períodos de recesso parlamentar e apenas um dia de sessão por semana, o que limita o acesso da população aos debates e decisões que impactam diretamente suas vidas.
Mudança de horário: uma solução superficial?
A ideia de alterar o horário das sessões não é nova. De tempos em tempos, surge a proposta de mudança, sempre justificada pela necessidade de aumentar a participação popular. No entanto, essa medida parece mais uma conveniência pessoal do que uma solução efetiva. Mudar o horário pode até facilitar o acesso de alguns cidadãos, mas não resolve o problema central: a insuficiência de sessões para atender às demandas de uma cidade em crescimento.
O presidente da Câmara, Itus Ramos, defende a ideia de co-criação, ou seja, ouvir as partes e tomar decisões coletivas. “Co-criar é fazer juntos, é ouvir as partes, é fazer por muitas mãos. Há um desejo de alguns edis sobre a mudança, porque entendem que a gente vai ter uma casa mais cheia, o povo estará na casa, as discussões serão extremamente importantes”, afirmou. No entanto, a proposta de aumentar o número de sessões sequer foi colocada em pauta.
Por que não duas sessões semanais?
A realização de duas sessões por semana seria uma medida mais eficaz para ampliar a participação popular e agilizar as decisões legislativas. Além de permitir que mais cidadãos acompanhem os trabalhos, essa mudança reduziria o acúmulo de pautas e garantiria maior transparência no processo decisório. No entanto, parece que a comodidade e o medo de aumentar a carga de trabalho falam mais alto entre os vereadores.
É importante questionar por que a Câmara de Simões Filho insiste em manter um modelo ultrapassado, com longos recessos e apenas um dia de sessão por semana. Enquanto outras cidades da região buscam modernizar seus processos legislativos, Simões Filho parece estagnada, repetindo as mesmas justificativas para mudanças superficiais.
Críticas aos longos períodos de recesso
Outro ponto que merece atenção é a extensão dos períodos de recesso parlamentar. Enquanto a população busca acompanhar os trabalhos dos vereadores, a Câmara passa longos meses sem atividades, deixando demandas urgentes sem resposta. Essa prática não só desestimula a participação popular, mas também reforça a imagem de um Legislativo distante e pouco eficiente.
Conclusão: é hora de mudanças reais
A proposta de alterar o horário das sessões pode até facilitar o acesso de alguns cidadãos, mas não resolve os problemas estruturais da Câmara de Simões Filho. É preciso ir além e discutir medidas mais ousadas, como a realização de duas sessões semanais e a redução dos períodos de recesso. Afinal, a democratização do processo legislativo exige mais do que mudanças superficiais — exige compromisso, transparência e vontade política.