Fraude milionária em contratos públicos abala prefeitura de Itapetinga na Bahia

raudes em contratos públicos na Bahia reveladas pela Operação Overclean

Itapetinga – A Operação Overclean, deflagrada nesta terça-feira (10), expôs uma rede de corrupção envolvendo contratos públicos fraudulentos na Bahia. Entre 2018 e 2024, uma organização criminosa desviou bilhões, com foco em municípios como Itapetinga, onde contratos milionários de limpeza urbana e pavimentação asfáltica foram superfaturados e manipulados, segundo a Polícia Federal (PF).

Esquema milionário em Itapetinga

De acordo com a PF, dois contratos da Prefeitura de Itapetinga, firmados com as empresas Qualymulti Serviços e Allpha Pavimentações LTDA, administradas pelos irmãos Alex e Fábio Rezende Parente, movimentaram R$ 6 milhões anuais. As irregularidades começaram em 2018, com serviços superfaturados e aditivos que aumentaram os custos sem justificativa plausível.

O contrato de limpeza urbana, iniciado em 2018 por R$ 5,1 milhões, foi prorrogado sete vezes até 2024. Já o contrato de pavimentação asfáltica, firmado em 2020, recebeu três aditivos até 2022, ampliando significativamente os valores inicialmente pactuados.

Propinas e envolvimento de agentes públicos

A investigação aponta a participação ativa de Orlando Santos Ribeiro, secretário de Governo de Itapetinga, que teria recebido R$ 83.500,00 em propinas entre 2022 e 2024. Segundo a PF, os pagamentos foram realizados por empresas ligadas ao esquema, como BRA Teles e FAP Participações, em troca de garantias para a liberação dos contratos fraudulentos.

Outro nome envolvido é o de Diego Queiroz Oliveira, ex-vereador e atualmente reeleito, que teria intermediado os interesses da organização criminosa no legislativo. Ambos tiveram suas prisões solicitadas pela Justiça.

Impacto regional e desvios bilionários

A Operação Overclean também investiga desvios no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), com foco na Coordenadoria Estadual da Bahia. O esquema movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 825 milhões são provenientes de contratos públicos firmados apenas em 2024. A suspeita é de que empresas de fachada foram usadas para lavar dinheiro e pagar propinas a agentes públicos.

Além de contratos superfaturados, o esquema envolvia empresas com serviços mal executados, comprometendo a entrega de obras essenciais para a população.

Combate à corrupção

A PF intensifica as investigações para desmantelar o grupo criminoso e recuperar os recursos desviados. A operação busca responsabilizar os envolvidos e garantir maior transparência na gestão pública.

O caso segue sob análise da Justiça Federal, que pode abrir precedentes para reformar processos licitatórios em todo o estado. A expectativa é de que novos desdobramentos tragam mais envolvidos à tona.

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