Paul krugman elogia sistema brasileiro e critica postura dos EUA
O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel, afirmou que o Pix pode ser considerado um modelo para o futuro do dinheiro. Em artigo publicado nesta terça-feira (22) em sua coluna no Substack, ele questionou: “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”
Principais pontos abordados na análise
- Reconhecimento internacional do Pix
- Críticas de Krugman à política dos EUA
- Comparação com criptomoedas e stablecoins
- Destaque para a eficiência e inclusão financeira no Brasil
Segundo Krugman, a eficiência do sistema de pagamentos brasileiro contrasta com as medidas adotadas nos Estados Unidos. Ele criticou especialmente a postura de republicanos que barraram estudos sobre moedas digitais pelo Federal Reserve.
Brasil como referência em inovação financeira
Krugman destacou que o Pix já é utilizado por 93% dos adultos brasileiros e substitui rapidamente cartões e dinheiro em espécie. Para ele, trata-se de uma “versão pública do Zelle, mas com mais eficiência, facilidade e adesão em massa”.
De acordo com dados do FMI, um pagamento via Pix é liquidado em até 3 segundos, enquanto transações com débito levam 2 dias e com crédito podem demorar até 28 dias. Além disso, o custo para comerciantes é de apenas 0,33%, contra 2,34% cobrados pelos cartões.
Nesse contexto, Krugman afirma que o Brasil alcançou o que as criptomoedas prometeram sem entregar: baixas taxas de transação e inclusão financeira.
Críticas aos Estados Unidos e às criptomoedas
O economista não poupou críticas ao Congresso americano. Segundo ele, a Lei GENIUS, aprovada pela Câmara, pode estimular golpes e crises financeiras ao favorecer stablecoins. Outro ponto de debate é a decisão que impede o Fed de sequer estudar uma moeda digital oficial.
Krugman ironizou os argumentos de privacidade usados pelos republicanos, afirmando que o real motivo é a pressão do setor bancário privado, que teme a concorrência de um CBDC.
Para reforçar sua visão, ele usou o Brasil como exemplo: “Sabemos que é possível porque o Brasil já fez isso.”
Pix versus criptomoedas
Ao comparar o Pix com ativos digitais, Krugman lembrou que em 2024 apenas 2% dos americanos usaram criptomoedas para pagamentos, enquanto no Brasil o índice chega a 93%.
Com ironia, ele acrescentou: “Usar o Pix não cria um incentivo para sequestrar pessoas e torturá-las até que desistam de suas chaves criptográficas.”
Krugman concluiu que os Estados Unidos dificilmente terão um sistema como o Pix em breve, devido ao poder do lobby financeiro e à resistência ideológica da direita.
Segundo ele, a lição é clara: “Outros países podem aprender com o Brasil, mas os EUA seguirão presos a interesses adquiridos e ilusões sobre criptomoedas.”
O Pix já transformou o Brasil em referência mundial em inovação financeira. Agora, a questão é: estamos prontos para liderar a próxima fase do futuro do dinheiro?