A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal (PF) e deflagrada nesta terça-feira (10), está investigando possíveis irregularidades em contratos públicos na Bahia. Entre os nomes citados na apuração está o vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Galvão Cafezeiro, que exerceu funções como secretário de Saúde, coordenador de Combate à Covid-19 e secretário de Infraestrutura no município.
Recursos do Fundo Municipal de Saúde em análise
Segundo documentos apresentados pela Polícia Federal, há indicações de que recursos do Fundo Municipal de Saúde de Lauro de Freitas foram utilizados em pagamentos para a empresa PAP Saúde Ambiental Eireli. A empresa é administrada por Alex Parente, também citado na investigação como um dos empresários com contratos em análise.
Os investigadores destacam que contratos envolvendo a PAP Saúde Ambiental Eireli e o município estão sendo avaliados quanto à sua execução e finalidade. A apuração busca esclarecer o fluxo de recursos e eventuais beneficiários.
Papel de servidores municipais
Além do vice-prefeito, o nome de Ailton Figueiredo Souza Júnior, servidor municipal, aparece na representação como uma figura com acesso a diferentes setores da Prefeitura de Lauro de Freitas. Segundo a PF, esse acesso abrangente está sendo investigado para verificar sua influência em processos administrativos relacionados aos contratos públicos.
A PF informou que um dos pontos da investigação é a interação de Ailton com contratos ligados ao Fundo Municipal de Saúde, inclusive aqueles que envolvem a empresa citada. A Justiça determinou a prisão preventiva de Ailton como parte das medidas cautelares adotadas na operação.
Contexto da Operação Overclean
A Operação Overclean tem como objetivo principal apurar possíveis irregularidades em contratos públicos e práticas relacionadas a licitações. O foco inclui a análise de contratos vinculados ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e a execução de serviços no município de Lauro de Freitas.
O Ministério Público Federal (MPF), que atua em conjunto com a Polícia Federal na operação, destacou a importância de esclarecer a natureza dos vínculos entre as partes mencionadas na investigação. Em nota, o órgão informou que foram expedidos mandados de busca e apreensão em propriedades relacionadas às pessoas citadas.
Apesar de não ter sido solicitada a prisão de Vidigal Galvão Cafezeiro, medidas investigativas continuam em andamento, incluindo análise documental e colheita de depoimentos.
Valores e contratos em apuração
Entre os contratos em análise, os investigadores apontam que os valores podem superar R$ 1 bilhão, envolvendo tanto o âmbito municipal quanto federal. A investigação também examina a utilização de empresas para execução de serviços e eventual movimentação de recursos relacionados aos contratos públicos.
A Polícia Federal ressaltou que a operação está em fase inicial e que mais informações poderão surgir à medida que o material coletado seja avaliado. O trabalho busca garantir a transparência e a integridade no uso de recursos públicos.