Na manhã desta sexta-feira (21), estudantes de Simões Filho organizaram um protesto para exigir a retomada do transporte universitário suspenso , serviço essencial que foi interrompido pela prefeitura no final de 2024. A ausência desse recurso tem impactado diretamente centenas de jovens, comprometendo suas rotinas acadêmicas e dificultando o acesso às universidades fora da cidade.
Indignação dos estudantes
Giovanni Oliveira, aluno de Farmácia na UFBA, compartilhou sua frustração durante o ato. “É uma sensação de impotência. Não somos ouvidos como deveríamos ser. Desde 2023, o transporte é oferecido de forma precária: ônibus sucateados, rotas alteradas e horários irregulares. Agora, estamos sem nada”, afirmou.
A prefeitura sugeriu micro-ônibus como alternativa, levando os alunos até estações de transbordo, como Mussurunga e Águas Claras. No entanto, os estudantes rejeitaram a ideia, argumentando que ainda teriam custos adicionais para completar seus trajetos. Giovanni acrescentou: “O transporte coletivo não resolve. Além do preço elevado, há riscos de segurança, especialmente para mulheres que estudam à noite.”
Transporte como direito básico
Além dos custos financeiros, o protesto também busca destacar a importância do transporte universitário como um direito fundamental . Eliana Barbosa, outra estudante presente na manifestação, enfatizou esse ponto: “O transporte não pode ser tratado como favor. É um direito básico que deve ser garantido com qualidade e dignidade.”
Os alunos criticam ainda a falta de políticas públicas eficientes para apoiar os jovens universitários. Muitos relatam que a ausência de transporte gratuito afeta diretamente sua permanência nos cursos, já que precisam arcar com altos custos para se deslocar até as instituições de ensino.
Nota oficial da prefeitura
Em nota, a prefeitura informou que está em diálogo com representantes da Comissão de Estudantes Universitários para discutir melhorias no serviço. Entre as solicitações apresentadas pelos alunos, está a reabertura do cadastro para novos beneficiários, que foi encerrado antes do prazo adequado.
A gestão municipal também destacou que está estudando formas de implementar um transporte alternativo para os estudantes. Contudo, ressaltou que informações distorcidas têm circulado nas redes sociais, gerando confusão sobre o processo.
“Reafirmamos nosso compromisso com a população simõesfilhense e estamos buscando soluções viáveis para garantir o acesso à educação”, declarou a prefeitura em comunicado oficial.
Uma nova reunião entre a prefeitura e os representantes estudantis foi agendada para discutir as demandas apresentadas. Enquanto isso, os alunos prometem continuar mobilizados até que uma solução concreta seja implementada.
Para Giovanni e outros manifestantes, o transporte universitário não é apenas uma questão logística, mas um símbolo da luta por direitos básicos. “Precisamos de ações reais, não de promessas vazias”, concluiu o estudante.
