Caro amigo navegante, Viva o dois de Julho na Bahia! E vamos para mais um Textículos do Mário – A coluna política mais sarcástica da Bahia. Pois é! A política em Simões Filho parece ter se tornado um palco onde o espetáculo vale mais que o conteúdo. Kátia Oliveira, deputada estadual que se elegeu sob o slogan “A nossa voz na Bahia”, hoje enfrenta o risco de ser engolida pela própria máquina que a ajudou a chegar ao poder.
O estilo “popstar” da política em Simões Filho é marcado por um culto à personalidade. O ex-prefeito Dinha estabeleceu um padrão de eventos com shows pirotécnicos e adoração de fãs, estratégia que ajudou a eleger sua esposa, Kátia Oliveira, como deputada estadual.
O atual prefeito, Del, tenta replicar essa fórmula, e, sem querer, ou querendo, criou uma concorrência inesperada: a primeira-dama da cidade – Marileide França. Embora ela ainda não seja uma ameaça direta, a história mostra que figuras antes consideradas irrelevantes podem ganhar força rapidamente – assim como a própria Kátia, que saiu da câmara de vereadores para conquistar dois mandatos como deputada estadual.
Seu recente discurso no Pavilhão do Fogo Simbólico, hoje, 1° de julho, foi a materialização de uma crise que se arrasta: a desconexão entre o poder estabelecido e as reais necessidades da população. Dois mandatos deveriam ter trazido maturidade política à deputada, mas o que se ouviu foram frases feitas sobre igualdade e desenvolvimento, desconectadas da realidade de uma cidade que a cada ano perde posições no ranking econômico baiano.
O perigo agora se manifesta em duas frentes. Internamente, a primeira-dama da cidade, antes figura decorativa, pode se tornar uma ameaça real caso desenvolva um discurso minimamente coerente. Externamente, figuras como o ex-prefeito de Candeias, Dr. Pitágoras, observam atentamente essas falhas, prontos para capitalizar o descontentamento.
O caso de Kátia Oliveira serve como alerta para uma geração de políticos que acredita que o espetáculo pode substituir permanentemente a substância. Quando a pirotecnia verbal não se converte em resultados concretos, chega o momento em que até os aplausos mais ensurdecedores se calam. E 2026 pode ser justamente o ano em que Simões Filho decidirá que já basta de espetáculos vazios.