A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus nove militares e um agente da Polícia Federal por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O grupo faz parte do chamado “Núcleo 3”, classificado pela Procuradoria-Geral da República como responsável por ações coercitivas.
Quem são os réus e o que é o grupo “kids pretos”
Entre os acusados estão militares de elite conhecidos como “kids pretos”, um grupo formado por especialistas em operações especiais. As investigações apontam que esse núcleo seria responsável por executar os assassinatos de autoridades previstos no plano golpista. Os alvos incluíam:
- O ministro Alexandre de Moraes
- O então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
- O vice-presidente Geraldo Alckmin
Dois militares têm denúncia rejeitada por falta de justa causa
Pela primeira vez desde o início das ações judiciais relacionadas ao caso, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, rejeitou duas denúncias. A Primeira Turma do STF acolheu seu voto e não aceitou tornar réus o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães e o general Nilton Diniz Rodrigues, por entender que não havia justa causa nas acusações.
Quebra de hierarquia e coação ao Exército
No voto, Moraes destacou que os investigados romperam com a hierarquia das Forças Armadas e chegaram a coagir o então comandante do Exército para forçar a concretização do plano golpista. Ele também ironizou a tentativa de golpe, afirmando que, se tivesse dado certo, o próprio STF provavelmente não estaria julgando o caso:
“Eu dificilmente seria o relator. Talvez aí a minha suspeição fosse analisada pelos ‘kids pretos’.”
STF avança no cerco aos envolvidos na tentativa de golpe
A decisão representa mais um avanço no julgamento das ações relacionadas à tentativa de golpe contra a democracia brasileira. O STF segue atuando de forma firme para responsabilizar os envolvidos nas articulações golpistas que colocaram em risco a estabilidade institucional do país.