O Supremo Tribunal Federal (STF) redefiniu as regras de distribuição das “sobras eleitorais” nas eleições proporcionais de 2022. Essa decisão, portanto, pode resultar na anulação dos mandatos de sete deputados federais . A mudança foi aprovada por maioria de 6 votos a 5, gerando debates acalorados devido à sua aplicação retroativa.
O que são “sobras eleitorais”?
As sobras eleitorais representam vagas não preenchidas após o cálculo do quociente eleitoral. Esse cálculo define quantas cadeiras cada partido conquista com base nos votos válidos. Anteriormente, essas vagas eram distribuídas proporcionalmente entre os partidos. Agora, no entanto, o STF determinou que priorizem legendas com maior média de votos válidos, mudando completamente a lógica das eleições.
Impacto na Câmara dos Deputados
A decisão afeta diretamente sete parlamentares eleitos em 2022. Entre eles, destaca-se a deputada Silvia Waiãpi (PSD-AP), cujo mandato já está sendo revisto. Além disso, partidos como o Republicanos e o PL podem perder representantes, enquanto siglas menores, como o PRTB, podem ganhar cadeiras adicionais.
Reações e críticas
Parlamentares criticaram duramente a retroatividade da medida. Segundo eles, isso gera insegurança jurídica e compromete a estabilidade democrática. Por outro lado, ministros do STF argumentam que a mudança corrige distorções históricas no sistema eleitoral. Para eles, a nova regra torna o processo mais justo e transparente.
Após a publicação do acórdão, o TSE e a Câmara dos Deputados precisarão reorganizar as cadeiras. Advogados dos partidos afetados já estão preparando recursos para tentar reverter a decisão. Assim, espera-se um desfecho ainda mais acirrado nos próximos meses.
Esta é a primeira vez que o STF interfere em regras eleitorais após uma eleição concluída. Consequentemente, abre-se um precedente para futuras revisões judiciais. Especialistas alertam que essa prática pode intensificar a judicialização da política, além de criar instabilidade no sistema eleitoral.