A cena foi caótica: Eddy Kakay, ex-assessor e apoiador do atual prefeito de Simões Filho, Devaldo Soares (Del), invadiu o prédio da prefeitura na última quinta-feira (13), quebrando vidraças e gritando por justiça. Ele alega que a gestão o abandonou após as eleições, deixando-o em situação de extrema necessidade. O episódio viralizou nas redes sociais e pode ser apenas o início de um efeito dominó que ameaça mergulhar a cidade em um cenário de violência e instabilidade.
Ameaças de violência e o fantasma da revolta popular
O desespero de Kakay não é um caso isolado. Áudios e vídeos que circulam no WhatsApp revelam que outros apoiadores de Del, que se sentem traídos, prometem agir de forma violenta. Em um dos áudios, um homem ameaça atear fogo no prédio da Câmara Municipal na próxima segunda-feira, véspera da abertura dos trabalhos legislativos. A tensão é palpável, e o medo de que essas promessas se concretizem paira sobre a cidade.
Além disso, relatos de agressões por parte dos seguranças da prefeitura começam a surgir. Uma senhora afirmou que os seguranças a empurraram e a insultaram quando ela tentou reivindicar seus direitos. Esses incidentes alimentam a sensação de que a gestão atual protege mais seus interesses do que ouve a população.
Fome, desespero e a saúde mental em colapso
Enquanto isso, famílias inteiras enfrentam situações desesperadoras. Pais e mães de família relatam passar fome, ter serviços básicos como água e energia cortados por falta de pagamento e até receber ordens judiciais de prisão por inadimplência em pensões alimentícias. O desespero é tanto que muitos admitem estar à beira de cometer “loucuras”, seja contra outras pessoas ou contra si mesmos.
Paradoxalmente, a prefeitura divulgou nas redes sociais uma campanha sobre a importância da saúde mental, em alusão ao Janeiro Branco. A mensagem, que fala em "espaços de escuta e apoio", soa como uma ironia diante da realidade vivida por muitos simõesfilhenses. A gestão de Del percebe o abismo entre o discurso oficial e a dor da população?
Del: vítima ou vilão de um plano ardiloso?
O prefeito Devaldo Soares parece encurralado em uma armadilha política. De um lado, ele está sendo acusado de negligenciar seus apoiadores, nomear pessoas de Camaçari para cargos estratégicos e priorizar promessas feitas a políticos de outras cidades. Do outro, sofre especulações de que ele pode estar sendo vítima de um plano orquestrado por seu líder político, Diógenes Tolentino, conhecido como Dinha.
Especialistas na política local afirmam que Dinha, que governou Simões Filho por dois mandatos e deixou o cargo com alta aprovação, escolheu Del a dedo, imaginando que ele seria incapaz de conduzir a cidade como um verdadeiro gestor. A estratégia seria criar condições para que Dinha retorne triunfante, capitalizando o caos atual para se apresentar como a solução. Se for veradade, essa tática, embora arriscada, pode funcionar se a população, desesperada, passar a acreditar que “na gestão de Dinha não foi assim”.
Além disso, a crise financeira que assola a cidade agrava a situação. A falta de auditorias transparentes e a fidelidade cega de Del a Dinha levam a decisões questionáveis que comprometem o futuro do município. Essa lealdade incondicional pode facilmente levar Del a uma situação impensada, onde ele se torna o bode expiatório de uma gestão desastrosa, enquanto Dinha se prepara para um retorno glorioso.
O Que esperar dos próximos dias?
A pergunta que fica é: até onde vai a paciência da população? O prefeito Del parece subestimar a gravidade da situação, enquanto a cidade caminha para um possível colapso social. Se medidas urgentes não forem tomadas, Simões Filho pode testemunhar cenas de violência e desespero que mancharão para sempre a história da cidade.
Será que Del vai esperar por um ato extremo, como um suicídio ou uma revolta em massa, para agir? Ou será que a cidade está condenada a repetir os erros do passado, enquanto novas lideranças são sabotadas antes mesmo de terem a chance de provar seu valor?
Uma coisa é certa: o tempo está se esgotando, e o preço da inação pode ser catastrófico.
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