Nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por um procedimento inovador, projetado para reduzir significativamente os riscos de novos sangramentos no cérebro. A técnica, conhecida como embolização das artérias meníngeas, reflete um avanço importante no manejo de hematomas subdurais crônicos.
Internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Lula segue em recuperação após uma cirurgia de emergência realizada na última terça-feira (10), destinada à drenagem de uma hemorragia intracraniana. Este novo passo, detalhado no boletim médico mais recente, reforça o cuidado com fatores de risco relacionados à saúde do presidente, como sua idade e agenda intensa.
Como funciona a embolização
A técnica de embolização atua interrompendo o fluxo de sangue em áreas específicas do cérebro para minimizar o risco de hemorragias recorrentes. Esse procedimento, realizado por meio de um cateter inserido na artéria, é minimamente invasivo e não requer cortes.
De acordo com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, da Unifesp, a embolização é recomendada especialmente em situações em que há maior probabilidade de complicações futuras. “É uma abordagem moderna, com evidências científicas que comprovam sua eficácia na prevenção de recidivas,” explica.
Avanços comprovados em estudos recentes
Pesquisas internacionais apontam que a embolização reduz drasticamente a chance de novos sangramentos. Enquanto métodos tradicionais apresentam uma taxa de recorrência de até 9%, o número cai para 3% quando o procedimento é combinado à cirurgia inicial.
“Esses dados mostram que é uma estratégia de alta eficácia, especialmente em casos que envolvem múltiplos fatores de risco, como o do presidente Lula,” avalia o neurocirurgião Luiz Severo.
Impacto na recuperação e desafios no acesso
Além de ser considerado um procedimento seguro, a embolização não deve interferir no tempo de recuperação do presidente, que já está em um ambiente controlado e com acompanhamento médico intensivo.
Contudo, no Brasil, essa técnica ainda enfrenta desafios de acessibilidade. Atualmente, está disponível no SUS apenas em caráter experimental e ainda não foi incluída no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde, limitando seu alcance à população em geral.
O caso de Lula destaca a importância de ampliar a oferta de tecnologias médicas avançadas, tanto para pacientes do sistema público quanto da rede privada.