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Quem é Robert Francis Prevost, o novo papa Leão XIV: o primeiro pontífice norte-americano da história

Quem é Robert Francis Prevost, o novo papa Leão XIV: o primeiro pontífice norte-americano da história

O conclave da Igreja Católica surpreendeu o mundo nesta quinta-feira (8) ao eleger o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, como o novo papa. Escolhendo o nome de Leão XIV, Prevost entra para a história como o primeiro papa dos Estados Unidos, um marco inédito para a Igreja. Com um perfil discreto, pastoral e alinhado ao legado do papa Francisco, sua eleição sinaliza a continuidade de uma visão menos clerical e mais voltada aos desafios sociais contemporâneos.

De Chicago ao trono de Pedro

Nascido em Chicago em 1955, Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, fazendo votos solenes quatro anos depois. É formado em Matemática pela Universidade de Villanova e possui uma sólida formação teológica e jurídica, com mestrado em Teologia pelo Catholic Theological Union e doutorado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino, em Roma. Sua tese de doutorado abordou a autoridade local na vida religiosa agostiniana, tema que antecipava seu perfil conciliador e organizado.

A vida missionária marcou profundamente sua trajetória. Em 1985, partiu como missionário para o Peru, onde viveu por quase duas décadas. Lá atuou como chanceler, vigário judicial, pároco e professor de seminário, exercendo papel importante na formação de novos religiosos e no fortalecimento da Igreja local.

Experiência de governo e influência global

De volta aos Estados Unidos em 1999, foi eleito provincial da sua ordem e, em 2001, chegou ao posto de prior-geral da Ordem de Santo Agostinho, cargo que ocupou até 2013. Já sob o papado de Francisco, assumiu em 2014 a Diocese de Chiclayo, no Peru, e ganhou notoriedade como um dos principais articuladores do episcopado durante períodos de instabilidade política no país.

Em 2023, o papa Francisco o nomeou prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão vital na escolha de bispos em todo o mundo, e o elevou ao cardinalato em setembro do mesmo ano. Seu nome passou a ser considerado como o de um “candidato de consenso”, especialmente diante do impasse entre alas mais progressistas e conservadoras do colégio cardinalício.

Perfil pastoral e continuidade do legado de Francisco

Leão XIV compartilha muitas das prioridades do papa Francisco. É defensor de uma Igreja mais sensível às questões ambientais, ao acolhimento de migrantes e à inclusão dos mais pobres. Tem posição moderada e pastoral sobre temas polêmicos, como a comunhão para divorciados recasados e as bênçãos a casais em situação irregular, tendo apoiado de forma contida o documento Fiducia Supplicans, que trata do assunto.

Internamente, é elogiado por sua escuta ativa e habilidade diplomática. Não é afeito a holofotes, mas tem forte influência nos bastidores da Cúria Romana, onde participa de sete dicastérios e integra a Comissão de Governança do Estado da Cidade do Vaticano.

Controvérsias e desafios no horizonte

Apesar do prestígio internacional, Leão XIV chega ao pontificado com episódios controversos em seu histórico. Durante sua gestão como provincial em Chicago, entre 1999 e 2001, foi citado num caso em que um padre acusado de abuso sexual continuou residindo próximo a uma escola. Embora Prevost não fosse responsável direto pelo religioso — que nem era da sua ordem — o episódio voltou a ser debatido na imprensa.

O novo papa Robert Prevost e seu antecessor, o papa Francisco

Outro ponto sensível envolve sua atuação como bispo de Chiclayo. Em 2022, Prevost acolheu denúncias de abuso sexual contra dois padres e iniciou processo canônico. Apesar das medidas iniciais, críticas surgiram pela lentidão do desfecho. O caso ganhou novas proporções em 2025, após revelações de que a diocese teria pago US$ 150 mil às vítimas, levantando suspeitas de tentativa de silenciamento — fato repercutido por veículos como o InfoVaticana e pela imprensa peruana.

Ainda assim, sua imagem perante o colégio cardinalício permaneceu sólida. Sua longa experiência fora dos EUA, sobretudo em contextos latino-americanos, somada à sua relação próxima com Francisco, pesou a favor de sua escolha.

Um papado que começa sob fortes expectativas

Ao escolher o nome Leão XIV, Prevost remete simbolicamente à figura de Leão XIII, papa que marcou o fim do século XIX com encíclicas sociais e abertura ao pensamento moderno. A escolha pode sinalizar o desejo de avançar em reformas e diálogos iniciados por Francisco, sem rupturas abruptas.

O novo papa herda uma Igreja em transformação, desafiada por tensões internas, escândalos históricos e o declínio da presença católica em regiões tradicionalmente influentes. Mas também encontra um cenário fértil para consolidar uma visão pastoral, aberta e sinodal.

Se terá força para enfrentar as pressões da ala conservadora e avançar nas reformas é algo que o tempo dirá. Por ora, o mundo assiste à ascensão de um papa americano, latino-americanizado, com os olhos voltados para a escuta, o cuidado e a continuidade.

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