A prisão de Tuta na Bolívia, ocorrida nesta segunda-feira (19/5), foi classificada como uma “vitória muito importante” na luta contra o crime organizado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, estava foragido desde 2020 e constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol por crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o ministro, a captura representa um marco para o Brasil. “Foi uma operação extremamente complexa, com envolvimento direto do presidente da República e cooperação internacional”, declarou Lewandowski.
Quem é Tuta, o foragido capturado na Bolívia
Tuta é apontado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado a uma das maiores facções criminosas do Brasil. Condenado a 12 anos de prisão, ele foi localizado e detido na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, usando documentos falsos.
A operação contou com a atuação da Polícia Federal brasileira, da Interpol e das autoridades bolivianas. O criminoso foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, unidade de segurança máxima destinada a lideranças do crime organizado.
Cooperação internacional e biometria foram decisivas na prisão
O sucesso da prisão de Tuta na Bolívia se deve, em grande parte, ao uso de dados biométricos e à ação coordenada entre os países. O escritório da Interpol em Brasília foi acionado para confirmar a identidade do suspeito. A confirmação ocorreu quase em tempo real.
“Conseguimos, quase que em tempo real, confirmar quem era, de fato, aquela pessoa que estava lá se apresentando à unidade policial da Bolívia”, afirmou Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.
A biometria foi determinante para garantir a prisão em flagrante. Tuta já estava nos bancos de dados internacionais da Interpol desde 2020, o que facilitou sua identificação imediata.
Prisão de Tuta reforça importância da PEC da Segurança Pública
O ministro Ricardo Lewandowski também destacou que a captura de Tuta ilustra a necessidade da PEC da Segurança Pública, enviada recentemente ao Congresso Nacional. A proposta busca conferir status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), instituído por lei ordinária em 2018.
“É justamente aquilo que nós almejamos com a PEC da Segurança. O combate ao crime organizado exige intensa cooperação entre órgãos nacionais e internacionais”, explicou Lewandowski.
A PEC fortalece a integração entre polícias federal, estaduais e municipais, além de permitir um enfrentamento mais eficiente contra crimes transnacionais.
Interpol destacou atuação coordenada com a Polícia Federal
Valdecy Urquiza, secretário-geral da Interpol, afirmou que o caso de Tuta exemplifica a importância do intercâmbio de informações entre os países. Segundo ele, a Polícia Federal do Brasil tem participação ativa no Centro Biométrico da Interpol, que conecta dados de dezenas de países em tempo real.
“A Interpol atuou apoiando as polícias do Brasil e da Bolívia com dados de biometria, essenciais para a correta identificação do criminoso”, destacou Urquiza.
A base de dados compartilhada permitiu confirmar a identidade do foragido e garantir a sua detenção legal pelas autoridades bolivianas.
Como foi o translado de Tuta para o Brasil
Após a confirmação da identidade e a prisão, Tuta foi levado até a fronteira. Lá, a Polícia Federal brasileira assumiu a custódia. Foram realizados exames legais e registros administrativos antes do embarque.
“Recebemos esse preso na fronteira, levamos à nossa delegacia, fizemos os procedimentos legais e embarcamos na aeronave da PF”, detalhou o diretor da PF.
A aeronave já aguardava o criminoso, que foi transferido diretamente para a capital federal, onde está detido sob rígido esquema de segurança.
Combate ao crime organizado exige união de forças
A prisão de Tuta na Bolívia reforça a necessidade de união entre as forças de segurança para enfrentar o crime organizado, que hoje opera de forma transnacional. O uso da tecnologia, como a biometria, e o fortalecimento das relações internacionais foram fundamentais para o sucesso da operação.