O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, declarou nesta segunda-feira que uma eventual prisão de Bolsonaro dependerá das provas que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar. Barroso garantiu que o STF analisará a denúncia com “seriedade” e sem “visão politizada”. Ele fez essas declarações após uma palestra em São Paulo, onde respondeu a perguntas de jornalistas.
– Se o procurador-geral da República oferecer uma denúncia contra qualquer pessoa, o Supremo a analisará com seriedade, examinando as provas. No processo penal, as provas são essenciais. Se existirem provas, decidiremos em um sentido; se não existirem, decidiremos em outro – afirmou Barroso.
Expectativa de Denúncia e Possível Prisão de Bolsonaro
A PGR pode apresentar uma denúncia contra Bolsonaro ainda nesta semana. Se isso acontecer, o STF analisará o caso e decidirá se o ex-presidente se tornará réu. Barroso enfatizou que a Corte baseará sua decisão na integridade e justiça, sem influências políticas.
– Minha visão do direito não é politizada. Ela se baseia na integridade, no que é certo, justo e legítimo. É assim que o Tribunal deve agir – reforçou o presidente do STF.
A possibilidade de uma prisão de Bolsonaro tem gerado debates, especialmente após a Polícia Federal (PF) indiciar o ex-presidente em novembro de 2023. As investigações apontam que Bolsonaro participou de uma trama golpista após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
Contexto das investigações
A PF indiciou Bolsonaro e outras 39 pessoas, incluindo o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. De acordo com o relatório da PF, que tem 884 páginas, Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio direto” sobre um plano para permanecer no poder, com o objetivo de abolir o Estado democrático de direito.
A PF afirma que o golpe não ocorreu devido a circunstâncias alheias à vontade do ex-presidente. No entanto, as evidências coletadas podem definir uma eventual prisão de Bolsonaro, caso o STF aceite a denúncia.
Repercussão e negativas
Desde o indiciamento, Bolsonaro nega qualquer envolvimento em discussões sobre tentativas de golpe. Ele e seus aliados alegam que as acusações são politicamente motivadas. O STF, no entanto, analisará o caso com base nas provas, conforme destacou Barroso.
Se a PGR formalizar a denúncia, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, receberá o processo. Posteriormente, a Primeira Turma da Corte decidirá sobre a prisão de Bolsonaro, com base nas provas apresentadas.