A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa o corte de gastos obrigatórios do governo foi aprovada pela Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (19). Após duas votações, a matéria segue para análise no Senado Federal.
Votações na Câmara: Placar e Detalhes
A PEC foi submetida a dois turnos de votação, como exigido para propostas que alteram a Constituição. O texto alcançou os votos necessários (308 votos, o equivalente a três quintos dos 513 deputados) com o seguinte resultado:
- Primeiro turno: 344 votos favoráveis, 154 contrários e 2 abstenções.
- Segundo turno: 348 votos a favor e 146 contra.
A aprovação ocorreu cerca de duas horas e meia após o primeiro turno, após intensa discussão em plenário.
Destaques Rejeitados Antes da Aprovação Final
Antes da conclusão do segundo turno, os deputados rejeitaram dois destaques que buscavam alterar pontos específicos da PEC:
- Mudanças no Fundeb: O destaque apresentado pelo PSOL propunha a exclusão de alterações no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, mas foi rejeitado.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC): Este ponto foi rejeitado por unanimidade, pois o tema será tratado em um projeto de lei separado.
Principais Mudanças Propostas pela PEC
A PEC introduz uma série de medidas para ajustar as contas públicas, incluindo:
- Alteracoes no Abono Salarial: Revisão das regras de concessão para adequação orçamentária.
- Prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU): Permitindo maior flexibilidade na aplicação de receitas.
- Mudanças no Fundeb: Ajustes para equilibrar os recursos destinados à educação.
- Supersalários: Abre caminho para regulamentação dos chamados supersalários, limitando pagamentos acima de R$ 44 mil no funcionalismo público.
Estratégias do Governo para Aprovação
Para garantir a aprovação, o governo concordou em suavizar pontos controversos. Uma das mudanças foi transferir a regulamentação das verbas fora do teto dos supersalários de uma lei complementar (que exige maioria qualificada) para uma lei ordinária (que exige maioria simples).
Próximos Passos: Análise no Senado
Com a aprovação na Câmara, a proposta segue para o Senado, onde também precisará de aprovação em dois turnos, com maioria de três quintos. A expectativa é de novos debates intensos sobre os impactos da PEC.
A aprovação da PEC de corte de gastos marca um passo significativo na agenda de ajuste fiscal do governo. Agora, as atenções se voltam para o Senado, que terá o papel de decidir o destino final dessa proposta. Acompanhe as atualizações para entender como essas mudanças podem impactar as contas públicas e o cotidiano da população.