Promessa não cumprida gera desconfiança sobre uso de recursos públicos.
Há exatamente um ano, o ex-prefeito de Simões Filho, Diógenes Tolentino (Dinha), anunciava com pompa o início das obras da Nova Rodoviária do município. Localizada às margens da BR-324, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a obra foi vendida como um marco de desenvolvimento. No entanto, após 12 meses, o que se vê é um canteiro de obras, praticamente, abandonado, denúncias de má gestão e falta de transparência.
Promessa eleitoral x realidade
Durante a campanha eleitoral de 2024, a Nova Rodoviária de Simões Filho foi amplamente divulgada como uma grande conquista da gestão Dinha. Candidatos a vereador e até o próprio ex-prefeito gravaram vídeos nas redes sociais, afirmando que a obra era um “sonho coletivo” da população.
Porém, o que se vê hoje é apenas terraplanagem superficial e nenhuma estrutura concluída. A prefeitura chegou a contrair um empréstimo bancário exclusivo para a obra, mas até agora não há justificativas claras sobre os R$ 21.552.614,99 milhões que deveriam ser investidos na obra, conforme aponta placa fixada na entrada cantanteiro.
Denúncias e especulações sobre os recursos
Após as eleições, ex-vereadores e políticos de oposição começaram a levantar suspeitas sobre a aplicação dos recursos da obra. Embora não haja processo direto sobre a rodoviária, dois casos na Justiça Eleitoral envolvendo a gestão passada alimentam as dúvidas da população:
- Abuso de poder econômico – Investigação sobre gastos excessivos na campanha eleitoral
- Fraude na cota de gênero – Suspeitas de irregularidades no financiamento de candidaturas femininas
Esses processos, embora não tratem especificamente da rodoviária, levaram moradores a questionarem se parte do empréstimo bancário destinado à obra teria sido desviado para custear a campanha. A prefeitura não apresentou até agora a prestação de contas detalhada dos gastos com a Nova Rodoviária.
Problemas técnicos e falta de licenças
Além das questões financeiras, a obra enfrenta obstáculos legais. A área escolhida fica em uma faixa de servidão da BR-324, onde passa a adutora de Pedra do Cavalo, responsável pelo abastecimento de água em Salvador e região metropolitana.
Não há informações oficiais de que a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) não emitiu autorização oficial para a construção, o que significa que a obra pode estar sendo executada sem licenças ambientais e de infraestrutura.
Vereador questiona: “Para onde foi o dinheiro?”
O vereador Genivaldo Lima, da oposição, viralizou nas redes sociais ao questionar publicamente o destino dos recursos. Em um vídeo, ele afirma:
“Passou um ano e só vimos máquinas paradas. O povo de Simões Filho merece respostas: onde está o dinheiro da Nova Rodoviária?”
Veja vídeo abaixo, publicado pelo vereador Genivaldo Lima.
Obra pode nunca ser concluída
Enquanto a prefeitura não prestar contas à população, a Nova Rodoviária de Simões Filho corre o risco de se tornar mais um elefante branco na Bahia. Moradores e políticos cobram transparência, mas até agora, só restam promessas não cumpridas e suspeitas de má gestão.