País inova ao permitir que população escolha membros do Judiciário
O México realizou neste domingo uma eleição inédita no cenário mundial. Pela primeira vez na história, os cidadãos foram às urnas para escolher diretamente os juízes da Suprema Corte e de todo o sistema judiciário.
O que você precisa saber sobre a eleição judicial mexicana:
- Mais de 2.600 magistrados federais e locais eleitos
- 7.700 candidatos disputaram os cargos
- Requisitos mínimos: diploma de Direito, média 8 na faculdade e ficha limpa
- Sistema substitui concursos públicos e indicações políticas
A polêmica marcou o processo eleitoral. Entre os candidatos, apareceram figuras como um ex-preso por tráfico de drogas nos EUA e o antigo advogado de El Chapo, o famoso narcotraficante mexicano.
Reforma judicial divide opiniões no país
A presidente Claudia Sheinbaum liderou a mudança como parte de uma ampla reforma no Judiciário. O objetivo declarado é reduzir a influência política sobre as cortes.
No modelo tradicional, adotado pelo Brasil e outros países, os ministros da Suprema Corte recebem indicação presidencial. Recentemente, o Brasil nomeou Cristiano Zanin (ex-advogado de Lula) e Flávio Dino (ex-aliado político) para o STF.
Especialistas alertam, porém, para os riscos da nova sistemática mexicana. Eles temem:
- Aumento do populismo judicial
- Possível infiltração de cartéis de drogas
- Queda na qualidade técnica das decisões
A grande questão que fica é: qual o melhor método para selecionar juízes? Enquanto alguns defendem a democracia direta, outros preferem sistemas técnicos e menos expostos a pressões populares.