As possíveis punições da Justiça Eleitoral aos eleitos nas últimas eleições municipais em Simões Filho têm gerado grande alvoroço na cidade. A tramitação de diversos processos na Justiça está mobilizando a população, especialmente devido a dois casos considerados de alta relevância.
O primeiro aponta que a chapa composta por Del e Simone teria se beneficiado de várias irregularidades graves, conforme previsto no Código Eleitoral. Entre as consequências possíveis estão a cassação ou a impugnação da chapa. Caso as denúncias sejam confirmadas, a Justiça Eleitoral pode determinar a diplomação da chapa formada por Edson Almeida e Pró Mariza, declarada vencedora do pleito para assumir a administração municipal a partir de 2025.
O segundo processo foca em uma coligação da base do atual prefeito Dinha, que apoia Del e Simone como seus sucessores. Essa coligação estaria envolvida em fraudes relacionadas à cota de gênero, violando gravemente a Súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Embora a Justiça Eleitoral tenha fama de ser mais célere que a comum, a população está ansiosa para conhecer o desfecho desses casos. A decisão afetará não apenas o executivo, mas também a composição da nova bancada de vereadores para o mandato de 2025. Esse cenário tem gerado dúvidas sobre se a lei será cumprida ou se o resultado será uma “pizza”. A confiança na imparcialidade da Justiça varia entre os cidadãos: alguns acreditam na aplicação rigorosa das normas, como já ocorreu em outras cidades brasileiras, enquanto outros cogitam a possibilidade de interferências ou vantagens indevidas.
Essa incerteza tem tirado o sono de muitos políticos. Vereadores eleitos pela primeira vez, bem como aqueles reeleitos, estão apreensivos sobre o que está por vir. O mesmo se aplica a Del e Simone, que celebraram a vitória nas urnas, mas agora enfrentam um futuro político incerto.
É visível que as sessões da Câmara Municipal, que acontecem regularmente nas manhãs de terça-feira, vêm ganhando uma atmosfera diferente nos últimos dias. O ambiente, que outrora era palco de discursos inflamados e gestos de comemoração, agora parece carregado de olhares perdidos e silêncios prolongados. Quem acompanha de perto percebe que alguns sorrisos têm sido substituídos por expressões de preocupação, e o que deveria ser uma rotina institucional se transformou em um verdadeiro teste psicológico.
Com tantas incertezas no ar, o café da manhã tem sido, para muitos, um momento de reflexão mais do que de nutrição. Afinal, é difícil digerir pão e café quando a mente está ocupada com prazos processuais e possíveis desdobramentos jurídicos. Quem sabe, os cochichos nos corredores antes das sessões não estejam tão animados como antes?
E quanto às tradicionais ceias de Natal e Ano Novo, será que serão regadas a brindes de alívio ou servidas com porções de preocupação? Talvez alguns já estejam ajustando o cardápio: quem sabe um peru menos recheado, mas com um tempero extra de cautela? Afinal, o sabor de um prato pode mudar muito quando acompanhado pela sensação de que algo pode sair do forno… mas não na forma de um assado.
Entre uma sessão e outra, há muito mais do que debates legislativos sendo digeridos: a consciência de que o futuro pode trazer pratos difíceis de engolir.