A gestão do prefeito Diógenes Tolentino, conhecido como Dinha, está encerrando de forma tumultuada, marcada por graves denúncias e ações judiciais. Durante as eleições municipais, Dinha apresentou a chapa formada por Del do Cristo Rei e Simone Costa como seus sucessores. Apesar de os resultados nas urnas terem seguido o esperado pelo prefeito, o Ministério Público Eleitoral (MPE) revelou irregularidades que comprometem a validade do pleito.
Diversos processos foram abertos na Justiça Eleitoral, e especialistas apontam que a cassação da chapa Del e Simone é uma possibilidade cada vez mais concreta. Além disso, denúncias de infrações à cota de gênero em coligações eleitorais também colocam em xeque a diplomação de alguns vereadores eleitos.
Exonerações suspeitas e indenizações milionárias
Paralelamente às disputas judiciais, a gestão de Dinha tem gerado indignação com as recentes exonerações de aliados políticos. Segundo relatos, nomes próximos ao prefeito foram afastados de seus cargos com indenizações vultuosas, enquanto servidores dedicados permanecem sem reconhecimento.
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Os valores dessas indenizações chegaram ao conhecimento da população e despertaram suspeitas, principalmente porque beneficiaram pessoas que desempenhavam funções questionáveis. Entre as alegações, surgem acusações de que alguns exonerados sequer cumpriam suas obrigações laborais regularmente.
A polêmica se intensifica com a denúncia de que várias dessas pessoas residem em cidades vizinhas e recebiam altos salários na gestão municipal, incluindo gratificações generosas que ultrapassavam remunerações de executivos do Polo Petroquímico de Camaçari ou do Polo Logístico de Simões Filho. Esse grupo, apelidado pela população de “fantasmas camaradas”, é alvo de revolta nas redes sociais.
Além disso, a cassação de políticos de grande relevância, como o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel bem como seu principal apoiador, Ronaldo Caiado, Governador do estado de Goiás, gerou comparações com a situação local. O caso de Simões Filho já ganhou o apelido de “La Farra das Rescisões”, refletindo a indignação popular.
Contradições no discurso do prefeito
O prefeito Dinha, que frequentemente faz referência à sua fé e à proteção divina, enfrenta críticas pela contradição entre seus discursos religiosos e as ações de sua gestão. Nos primeiros meses de mandato, Dinha realizou grandes reuniões com servidores, onde garantia em alto e bom tom que quem não batesse ponto não iria trabalhar, e que não haveriam fantasmas em sua gestão. Além disso, afirmava que somente moradores de Simões Filho teriam espaço em sua administração, rejeitando a nomeação de “forasteiros”, uma palavra amplamente utilizada em sua campanha para atacar adversários como supostos invasores interessados apenas em explorar as riquezas da cidade.
A ligação de parte dos beneficiados com igrejas evangélicas também levanta questionamentos sobre a coerência entre seus atos e os princípios de humildade e retidão pregados por essas instituições religiosas.
O papel do Ministério Público e o futuro político de Simões Filho
A pressão agora recai sobre o Ministério Público e a Justiça Eleitoral para dar uma resposta efetiva às denúncias. A população questiona se as autoridades permanecerão inertes diante das irregularidades que vieram à tona.
Enquanto os desdobramentos judiciais não se concluem, a sociedade simõesfilhense segue acompanhando os acontecimentos com atenção. O desfecho das investigações será crucial para definir não apenas o futuro da chapa Del e Simone, mas também para restaurar a confiança na Justiça e nas instituições democráticas.
A indignação nas ruas e nas redes sociais deixa claro que Simões Filho espera por respostas rápidas e firmes.