A política de Simões Filho vive um momento de implosão interna, com rachaduras profundas no grupo liderado pelo ex-prefeito Dinha , cuja influência é mantida à distância, enquanto comanda a prefeitura de forma remota por meio do prefeito Del do Cristo Rei . Contudo, os dias de glória parecem estar contados. A ausência de apoio político foi evidenciada em um encontro frustrado, ontem, no restaurante Xodó de Minas, onde apenas oito de quinze vereadores compareceram.
O desinteresse da base aliada reflete não apenas insatisfação com a gestão atual, mas também uma rejeição ao modelo de poder concentrado nas mãos de uma única família. Essa dinâmica tem impedido o surgimento de novas lideranças e alimentado processos judiciais que ameaçam desmantelar o grupo. Para a deputada Kátia Oliveira, esposa de Dinha, essa crise pode significar o início do fim de seu mandato como deputada estadual.
Frustração em encontro político: O declínio de um grupo
Na última terça-feira, 1º de abril , o ex-prefeito Dinha tentou reunir vereadores em um almoço estratégico no restaurante Xodó de Minas, em Palmares. O objetivo era claro: fortalecer a imagem de união e projetar força política em meio às turbulências judiciais que cercam a chapa Del e Simone Costa. No entanto, mais do que um fracasso, o evento expôs a fragilidade do grupo Tolentino.
Dos quinze vereadores convocados, apenas oito compareceram. Entre os ausentes estavam figuras importantes, como o ex-vice-prefeito Sid Serra, além de Genivaldo Lima, Carlos Neto, Eri Costa, Adailton Caçambeiro, Jajai e Roberto Souza. Nem mesmo justificativas foram apresentadas por parte dos convocados, ampliando o constrangimento dos anfitriões.
Para muitos observadores, a baixa adesão foi um recado claro: os vereadores já não aceitam mais o controle absoluto exercido pelo ex-prefeito Dinha. A sede de poder e dinheiro, características relatadas como marcantes do grupo liderado por Dinha, tem sido apontada como o principal motivo para a implosão política que se desenrola na cidade.
O que há por trás das ausências?
As ausências no encontro não podem ser atribuídas apenas à data escolhida ou a questões pessoais. Elas refletem um cenário mais amplo de insatisfação com a concentração de poder nas mãos do ex-prefeito. Para muitos vereadores, nesse sentido, a gestão de Del e Dinha representa uma era de retrocesso, onde decisões são tomadas sem transparência e benefícios são distribuídos entre membros da família e aliados próximos.
Além disso, os processos judiciais que pairam sobre a chapa Del e Simone Costa, acusada de abuso de poder econômico e político, e as denúncias de fraude no cotão de gênero contra vereadores eleitos, têm contribuído para minar ainda mais a credibilidade do grupo. É um ciclo vicioso que parece estar chegando ao fim.
A deputada Kátia Oliveira , esposa de Dinha, também sofre as consequências do declínio político do grupo Tolentino. Longe de ser uma articuladora política eficaz, Kátia tem demonstrado dificuldades em consolidar sua base eleitoral em Simões Filho e outras cidades, como por erxemplo Camaçari.
Com a falta de apoio local e o enfraquecimento do grupo liderado por Dinha, sua reeleição como deputada estadual está seriamente comprometida. Para especialistas, a crise política em Simões Filho será diretamente refletida na diminuição de recursos e apoio para sua campanha. Perder o mandato de deputada pode ser apenas uma questão de tempo.
O episódio no restaurante Xodó de Minas pode ser visto como um capítulo importante na história recente da política de Simões Filho. Com a base aliada fragmentada e os processos judiciais avançando, o grupo liderado por Dinha enfrenta um futuro incerto. Nos próximos meses, novas derrotas podem estar à espera, incluindo a possível cassação da chapa Del e Simone Costa e a derrota de Kátia Oliveira, nas urnas, nas próximas eleições de 2026.
Para muitos, esse cenário representa o início do fim de um legado político marcado pela concentração de poder e pela exclusão de novas lideranças. Resta saber se a população de Simões Filho estará disposta a dar uma nova chance ao grupo Tolentino ou se optará por um caminho diferente, que permita o surgimento de novas vozes e ideias.
