Caro amigo navegante, bom dia! – Você, mulher de Simões Filho,se sente verdadeiramente prestigiada com a chegada da suplente Andrea Almeida à Câmara Municipal? Não? Pois é, nem você, nem muitas outras. Hoje, na coluna mais sarcástica da política baiana – Textículos do Mário, vamos tratar desse assunto, com foco em como a “representação feminina” é vendida na cidade.
Quando buscamos por notícias de Simões Filho, quase tudo o que encontramos são imagens tristes de mulheres vítimas de feminicídio, enquanto ações concretas seguem no limbo das promessas de campanha. E agora, com Andrea Almeida assumindo uma cadeira na Câmara, a pergunta é: será que ela vai quebrar esse padrão? Ou apenas reforçar o roteiro?
Um enredo conhecido
Andrea Almeida chega à Câmara como símbolo de uma suposta representatividade feminina. Mas, convenhamos, isso é mais uma jogada política do que um compromisso real. A articulação que colocou Everton das Placas na SEDUR e Andrea no Legislativo foi conduzida pelo prefeito Del e apadrinhada pelo ex-prefeito Dinha, em parceria com a deputada estadual Kátia Oliveira. Porém, o que deveria ser um avanço, soa mais como uma piada sem graça quando analisamos a falta de ações voltadas às mulheres na cidade.
Enquanto isso, Kátia Oliveira continua desempenhando o papel de “representante” da cidade na Assembleia Legislativa. Representa quem, mesmo? A comunidade feminina de Simões Filho está cansada de discursos vazios e postagens nas redes sociais que não saem do lugar.
Política de parceria? Só se for pessoal
Falar em parcerias com os governos estadual e federal parece tabu em Simões Filho. A birra política do ex-prefeito Dinha e da deputada Kátia Oliveira reverbera no discurso do atual prefeito Del, que já declarou não precisar dos recursos estaduais e federais. Como assim, cara pálida? É exatamente essa postura que impede que políticas públicas estaduais e federais cheguem até a cidade. Saúde, segurança, apoio às mulheres? Nada disso interessa quando o ego político fala mais alto.
Enquanto outras cidades buscam parcerias para programas de segurança, saúde e enfrentamento à violência contra a mulher, Simões Filho segue refém de birras políticas. As mulheres que enfrentam situações de vulnerabilidade continuam desassistidas porque o ego de seus líderes políticos não permite abrir as portas para cooperação.
Por exemplo, quantos projetos estaduais foram implementados para combater o feminicídio na cidade? Só distribuir cartazes nas sinaleiras da cidade não adianta. Quantos recursos federais foram destinados ao apoio às mulheres de communidades quilombolas e religiões de matriz africana? A resposta é clara: nenhum. Não por falta de oportunidade, mas por puro orgulho político.
E o papel da mulher na política local?
O que nos leva à velha pergunta: por que o ex-prefeito Dinha nunca fez questão de mulheres eleitas na Câmara Municipal? Será que elas só são úteis para garantir o cargo de deputada para sua esposa, Kátia Oliveira? Parece que, para ele, as mulheres de Simões Filho são coadjuvantes no grande teatro político local.
A chegada de Andrea Almeida poderia significar o início de uma nova fase. Mas será que ela terá liberdade para levantar as bandeiras femininas, ou será apenas mais uma peça no tabuleiro político?
A voz que falta na Câmara
As mulheres de Simões Filho precisam de representantes que enxerguem suas lutas: combate ao feminicídio, apoio às mulheres de modo geral, acesso à saúde, e iniciativas para a segurança e o empoderamento feminino, oportunidades. Sem isso, continuaremos vendo o discurso de “representatividade feminina” ser usado como moeda de troca política.
Andrea Almeida, o palco está montado. A dúvida é: você será a protagonista ou mais uma figurante?